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Você sabia que até 2040 o plástico nos oceanos pode ser o triplo do atual? Isso mesmo! E para se ter um valor mais perceptível, o acúmulo de lixo pode chegar a quase 600 milhões de toneladas (NATIONAL GEOGRAPHIC, 2020).

De acordo com artigo publicado pela National Geographic, em 2020, não se sabe ao certo quanto de lixo plástico está nos oceanos. É estimado, por uma pesquisa realizada em 2015, que há aproximadamente 150 milhões de toneladas! É preciso mais pesquisas para mensurar esses valores, mas cabe aqui dizer que não é tarefa fácil.

Plástico e a realidade brasileira

Pode ser que quando pensamos em lixo plástico associamos de imediato ao canudinho ou à sacola plástica, mas a questão vai além, como mencionado por Alexander Turra (Professor da USP) no Programa Porque o Mundo Precisa de Água: “a raiz da questão não é a sacola em si, embora a gente tenha que fazer reflexões sobre o uso da sacola, que tipo de sacola é disponibilizada e como é usada, se cobra, se não se cobra e o que você faz com a sacola depois, isso tudo tem que ser considerado. Mas o foco da questão é por que a sacola ou qualquer outra coisa acaba indo parar no mar aqui no Brasil, nessa nossa realidade? É porque a gente tem uma distribuição de renda muito assimétrica e a gente tem uma grande quantidade de pessoas morando em locais os quais não tem serviço de coleta de esgoto. Basicamente o problema de lixo que temos no Brasil decorre desse tipo de situação e que acaba gerando um lançamento desses contaminantes para o ambiente, para os rios e para o mar por conta dessas conexões que existem, que os rios acabam gerando entre o continente e o mar”.

O lixo plástico está engolindo os oceanos

O maior problema relacionado ao plástico nos oceanos são os microplásticos, que são fragmentos muito pequenos de plástico (5 milímetros). Essas partículas minúsculas vão para as profundezas do mar e impactam todo o sistema marinho e também a nossa saúde. De acordo com o pesquisador Kieran Cox da Universidade de Victoria no Canadá, a ingestão de microplástico pode variar de 74 mil a 121 mil partículas/ano, e isso irá depender da idade, sexo e alimentação. O pesquisador mencionou que “indivíduos que cumprem sua ingestão de água recomendada apenas por meio de fontes engarrafadas podem estar ingerindo mais 90 mil microplásticos anualmente, em comparação com quatro mil microplásticos para quem consome apenas água da torneira” (BBC NEWS, 2019). Ainda, crianças do sexo feminino ingerem 74 mil partículas em média, crianças do sexo masculino 81 mil, mulheres adultas ingerem uma média de 98 mil microplásticos e homens adultos 121 mil (BBC NEWS, 2019).

O artigo publicado pelo Instituto Água Sustentável em 2021 citou que existem cinco ilhas de plástico flutuantes que afetam todo ecossistema marinho, e é um resultado de mais de seis décadas de descarte inadequado de lixo que foi parar nos oceanos, sendo o maior poluente o microplástico.

Mas como diminuir o uso de plástico pode ajudar a preservar água?

Não há uma única solução, mas há algumas ações que podem contribuir para diminuir esse dano:

1 – A economia circular pode ser um caminho, ou seja, reduzir, reutilizar e reciclar são passos que precisam compor o quadro de soluções.

2 – Educação Ambiental. Educar desde a infância é um ponto chave para a mitigação do problema. A criança se tornará um adulto mais consciente e muito provável que aplicará ações mais sustentáveis em sua vida pessoal e profissional. Confira a página “Professor Água Especial Oceanos” e acompanhe diversos conteúdos educativos (entrevistas, artigos e vídeos) sobre práticas que põem em risco o futuro da qualidade da água dos oceanos e mares, e consequentemente, da vida no planeta. CLIQUE AQUI

3 – Usar o seu poder de fala. Engajar em causas nobres e que trabalhem em prol dos oceanos, se envolver com associações locais, cobrar por políticas públicas mais eficazes, cobrar por cooperativas de materiais reciclados na sua rua, bairro ou cidade são exemplos do que pode ser feito.

4 – Pesquise e saia da sua zona de conforto, o conhecimento é o primeiro passo para mudança. Pesquise sobre os produtos que você compra e busque por uma opção que use menos plástico.

O movimento Plastic Free July ou Julho Sem Plástico surgiu como uma ideia de mobilizar as pessoas ao redor do mundo a não consumir plástico ou reduzir ao máximo o seu consumo durante o mês de julho. De acordo com a página Menos 1 Lixo o objetivo é comprovar que é possível uma mudança através de pequenos hábitos, uma espécie de test drive, para que depois as pessoas percebam como é simples recusar os plásticos descartáveis e isso virar rotina. Bacana, não é? Vamos nos engajar nessa causa nobre em prol do meio ambiente oceânico?

Lembre-se o mundo precisa de água e de água de qualidade, seja ela doce ou salgada!

Matéria escrita por Bruna Soldera, publicada no blog do Instituto Água Sustentável, em 7 de julho de 2021

Neste vídeo do canal Menos 1 Lixo você fica sabendo um pouco mais de como estamos contribuindo para criar um oceano de plástico:

https://www.youtube.com/watch?v=3b9W9f7GH_o

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