Construções sustentáveis aliadas ao conceito do saudável são modelos para o futuro
A preocupação com edificações sustentáveis já é uma realidade global há alguns anos. Termo muito difundido e discutido no setor da construção civil, atualmente é visto como essencial – algo que se comprova pela pesquisa realizada em 2018 pela U.S Green Building Council (USGBC), em que o Brasil ocupa a 4ª posição dentre os 10 países que mais desenvolvem construções sustentáveis. De uns tempos para cá, porém, mais um termo vem se popularizando: o de construções saudáveis.
Segundo Duda Porto, arquiteto e diretor do escritório Duda Porto Arquitetura, empreendimentos sustentáveis e saudáveis são conceitos distintos, mas que, em sua concepção, deveriam andar juntos. “Quando se pensa em sustentabilidade consideram-se três pilares centrais – que compreendem o econômico, social e ambiental – e o imóvel é construído com um olhar empático ao meio ambiente. As construções sustentáveis e saudáveis vão além. Elas também avaliam questões relacionadas à saúde e bem-estar, olhando para o usuário e sua experiência com o morar. São questões de salubridade, que pensam na boa iluminação natural, em como a ventilação garante uma boa qualidade de vida, entre outros fatores. Acredito que sejam elementos essenciais para a arquitetura sustentável que é capaz, por exemplo, de curar, garantindo saúde e bem-estar aos moradores”, observa.
Ventilação cruzada
Ele lembra a questão da Síndrome do Edifício Doente (SED), reconhecida como doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 1982, é algo extremamente comum e responsável por causar dores de cabeça, insônia, tontura e até quadros mais graves, como depressão. Duda Porto usa o modelo da ventilação cruzada. “Quando olhamos para ela sob um viés sustentável, pensamos em como a ventilação é capaz de gerar economia de energia, diminuindo a necessidade de condicionadores de ar. Agora, quando se pensa em uma construção saudável, uma boa ventilação cruzada é avaliada sob o aspecto de como ela pode evitar mofo e outras questões voltadas para a saúde de quem vive ali”, comenta.
Segundo ele, para avaliar se um edifício é verdadeiramente saudável, existe o selo HBC – Healthy Building Certificate. “Meu projeto Lite, em exposição na 33ª edição da CASACOR São Paulo, elaborado com base no conceito da arquitetura sustentável e seguiu a premissa de menos excesso e mais essência, acabou de conquistá-lo”, informa. O certificado analisa questões como iluminação, qualidade da água, ar, materiais empregados e diversos pontos de salubridade, podendo enquadrar as edificações dentro de três faixas possíveis e que consideram os padrões de construções sustentáveis.
A casa Lite conquistou o selo NC-A (Nova Construção – Nível A), alcançando 90% dos pontos aplicáveis. “Ficamos orgulhosos por termos recebido a inspeção presencial do HBC para a medição de todos os parâmetros que culminaram na conquista deste reconhecimento tão importante”, declarou o arquiteto.
Construções sustentáveis e rápidas
Considerada a primeira construção residencial brasileira a ser certificada, o projeto desenvolvido para a Lite demonstra uma edificação totalmente integrada com a natureza, se mostrando como exemplo perfeito da união entre o saudável e sustentável. “Suas grandes esquadrias de vidro e muxarabis criam um clima agradável, com boa ventilação e iluminação natural. Outro exemplo são seus painéis solares, capazes de fornecer energia para toda a casa, tornando-a autossuficiente”, explica Porto.
Além disso, segundo o arquiteto, por se tratar também de um produto arquitetônico, modular e de construção rápida, a Lite possui um custo pré-definido e um prazo pequeno de construção, eliminando processos de uma obra tradicional. “Assim, nosso trabalho também elimina o estresse que se tem ao construir – algo que faz mal a muitos clientes, que ficam desgastados nesse momento”, observa.
Ele diz que é importante lembrar que passamos mais de 90% do tempo dentro de um imóvel, seja o lar, empresa ou escola. Essas construções possuem um grande impacto na saúde de cada um. “Nesse sentido, ter um edifício saudável é uma questão de necessidade. Portanto, diante da nossa experiência com a Lite, esse modelo se mostra como um quarto pilar da sustentabilidade, indispensável em cada projeto”, conclui Duda Porto.