MIS recebe o ativismo ambiental de Thiago Cóstackz
Conteúdo
O ativismo ambiental está em destaque no Museu da Imagem e do Som (MIS), que recebe obras do artista multimídia Thiago Cóstackz. Na programação está o lançamento do livro “Tupiland goes to Greenland”, em edição bilíngue; o documentário “A Terra de Frente”; e exposição de 25 obras entre instalações, esculturas, fotografias e músicas, como parte do projeto S.O.S Terra.
Idealizado por Cóstackz há 12 anos, o S.O.S Terra é uma ambiciosa iniciativa, que entrelaça arte multimídia e ações ambientais, já realizadas em três continentes, com mais de 100 mil quilômetros percorridos pelo artista e sua equipe em grandes cidades e lugares ameaçados ao redor do planeta. O resultado são trabalhos ousados, inovadores e sustentáveis, que se utilizam de diversas linguagens artísticas para expressar urgências de um tempo.
Obras de ativismo ambiental
Com 107 páginas, edição bilíngue, capa dura e impresso de forma sustentável, o livro “Tupiland goes to Greenland” teve lançamento prévio no final do ano em instituições americanas, como a Universidade de Columbia e a Universidade de Nova York. Agora, será distribuído ao público durante o lançamento até o final da exposição no MIS. Por meio de imagens, poesias e textos científicos, o ativismo ambiental é relatado na obra por meio da mais recente expedição do S.O.S Terra realizada à Groenlândia e Amazônia, e reflete sobre a atual situação do planeta. O projeto gráfico foi feito pelas Irmãs de Criação.
Além da troca cultural promovida por Cóstackz, que levou em suas performances elementos da Amazônia para o Ártico e vice-versa, o título do livro se refere ao fato da devastação ambiental ignorar fronteiras, como as queimadas na Amazônia, por exemplo, afetando até mesmo o degelo e o escurecimento da Grande Capa da Groenlândia, a segunda maior massa de gelo da terra. O livro também estará disponível para download gratuito em www.costackz.com/sosterra
Amazônia e Groenlândia são destaques
Já o documentário “A Terra de Frente”, dirigido pelo multiartista, com uma hora de duração, traz imagens de locais em risco por mudanças climáticas, na Islândia, Groenlândia e Amazônia brasileira, e o processo de montagem das instalações e performances realizadas por Cóstackz nestas regiões.
O filme intercala ainda entrevistas com cientistas brasileiros e europeus, além de participações da líder indígena Sônia Guajajara, da ativista Céline Cousteau, e o pajé Bire Huni Kuin, da etnia Kaxinawa, do Acre. A trilha sonora é assinada pelo duo musical C2H, que Cóstackz integra com o músico islandês Hjörvar Hjörleifsson. A montagem e a finalização foram feitas pela agência Younik. O filme ficará em cartaz no MIS até 18 de março.
Na exposição, o artista funde elementos pop e míticos em um conjunto de fotografias, instalações e esculturas. Entre os destaques estão a peculiar escultura “Cactus on Ice”, feita em acrílico translúcido reciclável; “Trash Coral”, esculturas minimalistas de porcelana, que alertam para o lixo plástico nos oceanos e para o branqueamento e morte dos corais; e a escultura de aço reutilizado, “Silver Bird”. “Mas a mais polêmica talvez seja “Made in Brazil 2019″, que alude diretamente aos tempos bélicos e de autoextermínio que vivemos hoje”, afirma Cóstackz.
Ativismo nas artes
Com forte apelo para o ativismo ambiental, em fotografia, são cerca de 15 imagens entre paisagens, trabalhos de body art e performances de Cóstackz, como “The Great Tupi Mother on Ice”, quando realizou uma dança performática sobre um iceberg no Oceano Glacial Ártico; ou em visita a uma tribo Tuiúca, na Floresta Amazônica, executando uma dança cerimonial com os índios da aldeia (performance “The Great Artic Mother in Amazon”). Outros destaques são “Jaguar in Arctic”, “Plastic” e “Morte no Mar Negro”.
Thiago Cóstackz não poderia estar mais conectado a seu tempo do que agora. Impactos ambientais são uma prioridade em todos os seus trabalhos desde o início da carreira, há 15 anos, antes da tendência se consolidar em grandes eventos e importantes galerias de arte pelo mundo. “A arte não nasce para ser ativista, mas se podemos usar o seu poder instigador para provocar acerca dos muitos problemas ambientais, por que não fazê-lo?”, afirma Cóstackz. E complementa: “Artistas geralmente produzem obras que de alguma forma representam o espírito de seu tempo, portanto, sou apenas um artista lendo meu tempo e colocando um espelho diante dele”.
O trailer do documentário pode ser acessado no Youtube clicando neste link.
Serviço
Thiago Cóstackz e S.O.S Terra no MIS
- Abertura: 09 de março, às 18h
- Aberto à visitação até 18 de março
- Horários: de terça a sábado, das 10h às 20h; domingo, das 10h às 20h
- Lançamento do livro “Tupiland goes to Greenland”
- Lançamento do documentário “A Terra de frente”
- Exposição de fotos, esculturas e instalações
- Evento gratuito
O MIS fica na Av. Europa, 158 – Jardim Europa – São Paulo – SP
Imagem da abertura: Tupi Mother Goes To Greenland performance de Thiago Costackz na Groenlândia