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O desmatamento tem relação com a crise hídrica? Entenda!

por | Água e Saneamento

O desmatamento e a falta de água andam juntos. Isso acontece porque as florestas e a água estão interligadas, é uma relação vital. Para se ter uma ideia dessa relação tão próxima e inseparável, um artigo publicado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em 2017, mencionou que as florestas são responsáveis pela reciclagem das chuvas na Amazônia, além de retornarem 37% dos 2.300 mm de chuva que caiu em 2013 na Amazônia Central, sendo que a transpiração de plantas lançou, aproximadamente, 850 mm da água da chuva para atmosfera.

Além disso, segundo informações do Instituto Ecofuturo, até 70% da chuva em São Paulo depende do vapor d’água amazônico e a sua redução, que poderia ser causada pelo desmatamento em larga escala, seria capaz de provocar consequências muito sérias ao abastecimento de água.

 

Desmatamento e sua relação com a Amazônia

 

O artigo da Embrapa ainda relata que as grandes árvores da Amazônia “são verdadeiras “bombas de água” que puxam a água desde as camadas mais profundas do solo e a transportam até a atmosfera. Acontece que as secas afetam justamente o mecanismo de transporte de água ao longo da planta, especialmente das árvores maiores”.

Uma pesquisa realizada por Lara Gabrielle Garcia, pesquisadora da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP), testou se o aumento da floresta nativa em bacia hidrográfica traz benefícios em relação à água.

Lara disse que “diante dos resultados encontrados, é possível concluir que existe uma relação de perda e ganho com o aumento da floresta e sua localização na bacia hidrográfica, sendo necessário aos programas de restauração conhecerem este ponto de equilíbrio para garantir água constante e em abundância nas bacias agrícolas”.

Outro estudo mostrou que a seca na região centro-oeste e o avanço do desmatamento estão causando a falta de água, sendo que as capitais e grandes cidades são as que mais sofrem com a falta de um recurso que já foi abundante, principalmente no Pantanal.

A degradação ambiental – seca, queimadas, superexploração de recursos naturais, desmatamento – reduz o nível de água dos rios e pode secar nascentes, ocasionando até o aumento da emissão de gases poluentes causadores do efeito estufa.

 

Fonte de carbono

 

Um estudo liderado por uma pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e publicado dia 14 de julho, na revista britânica “Nature”, apontou que o desmatamento diminuiu a capacidade da floresta Amazônica em absorver gás carbônico da atmosfera, a transformando em uma fonte de carbono. Além disso, áreas mais desmatadas têm maior emissão de carbono do que aquelas menos destruídas.

O estudo mostra que as regiões da Amazônia com desmatamento em torno de 30% ou superior apresentaram uma importante alteração na estação seca (principalmente agosto, setembro e outubro), ficando mais seca, mais quente e mais longa, representando um período de grande estresse para a floresta. Estas regiões apresentaram uma emissão de carbono 10 vezes maior que as regiões com desmatamento inferior a 20%.

A pesquisa cita ainda que o desmatamento também altera a condição climática na Amazônia, afetando a capacidade da floresta não desmatada de absorver carbono – além de aumentar sua inflamabilidade

Como solução ao cenário, a pesquisadora Luciana Gatti, em entrevista à CNN Brasil, alerta para a necessidade de uma estratégia que combata o desmatamento e as queimadas na floresta, contribuindo para o aumento de chuva e redução da temperatura na região. Um ciclo que também afetaria de maneira positiva o restante do ecossistema no planeta.

Não podemos esquecer que o mundo precisa de água e as florestas podem nos garantir isso!

Matéria escrita por Bruna Soldera, publicada em 14 de julho no blog do Instituto Água Sustentável, parceiro do Canal Ecowords.

Neste vídeo você confere a entrevista da pesquisadora Luciana Gatti à CNN Brasil sobre os problemas do desmatamento:

 

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