fbpx

A poluição do ar é considerada a segunda maior ameaça à saúde pública após a Covid-19, um problema global que afeta em especial as crianças. Como seus pulmões ainda são pequenos, elas precisam respirar mais vezes por minuto do que um adulto, inalando mais poluentes que podem acarretar em problemas como asma e complicações pulmonares, além de danos ao desenvolvimento físico e cognitivo ao longo de toda a vida. Hoje, 93% das crianças no mundo respiram ar com níveis de poluição acima do recomendado.

Além das crianças, cidadãos em geral sofrem com os problemas causados pela poluição do ar. Segundo o estudo O Estado da Qualidade do Ar no Brasil, elaborado pelo WRI Brasil e por renomados cientistas e especialistas no tema, o Brasil perde 50 mil vidas por ano por falta de políticas públicas de controle da poluição do ar.

Poluição do ar: pandemia silenciosa

No Brasil, a poluição do ar é tratada como um problema ambiental, ignorando seus impactos na saúde pública e na economia. Em apenas seis regiões metropolitanas brasileiras, onde vivem 23% da população total do País, ela matará quase 128 mil pessoas entre 2018 e 2025. É como se toda Sertãozinho, no interior de São Paulo, Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, ou Guarapari, no Espírito Santo, simplesmente fossem riscadas do mapa em apenas sete anos. Sem esse contingente de pessoas, as perdas de produtividade seriam da ordem de R$ 51,5 bilhões. Mas não se trata apenas de mortes: serão quase 70 mil internações públicas que custarão quase R$ 130 milhões ao Sistema Único de Saúde.Trata-se de uma pandemia silenciosa.

“A pandemia da Covid-19 poderá ser interrompida com a vacina, mas a poluição do ar continuará matando se nada for feito. Estamos falando de um problema sistêmico, profundo e extremamente letal, para o qual a vacina são políticas públicas adequadas”, alerta Carolina Genin, diretora do programa de Clima do WRI Brasil.

Destaque para um inimigo invisível

Para evitar que essa pandemia silenciosa continue existindo várias ações estão em andamento. É que podemos ver com a campanha global #LivreParaBrincarLáFora. Para engajar pais, mães e responsáveis sobre os impactos da poluição do ar na saúde das crianças e do planeta, o Instituto Alana e a Parents for Future lançaram a #LivreParaBrincarLáFora (FreeToPlayOutside), uma campanha global de conscientização para tornar a poluição do ar mais visível para todos.

A iniciativa global começou no dia 22 de julho, com uma intervenção urbana no Parque do Ibirapuera, em São Paulo: uma bolha cinza gigante foi instalada ali como forma de dar visibilidade a esse inimigo invisível que está por toda a parte. O surgimento da bolha cinza gigante surpreendeu os frequentadores do parque e conseguiu atingir parte da proposta da campanha: promover interatividade da sociedade e reflexão sobre o que cada um pode fazer para conter o problema.

Além da intervenção urbana, a campanha convida famílias a se mobilizarem em ações por ar limpo para suas crianças em todo o mundo. Com o apoio do Parents for Future, um movimento global de pais inspirado no grupo climático criado por Greta Thunberg, Fridays for Future, as famílias poderão se engajar em grupos locais para desenvolver estratégias para reduzir a poluição do ar na sua região.

Solução: parar o problema na fonte

Segundo JP Amaral, coordenador do programa Criança e Natureza, do Instituto Alana, as atenções carecem de mais atenção pelo fato de que não existe vacina para evitar os problemas decorrentes da poluição do ar, como parto prematuro, baixo peso ao nascer, asma, complicações pulmonares e problemas no desenvolvimento físico e cognitivo.

“A solução está em pararmos o problema na fonte, ou seja, dos escapamentos, chaminés e queimas de onde saem a maioria desses poluentes. Esperamos, com essa iniciativa, chamar a atenção sobre a urgência de construir um mundo no qual as crianças possam respirar ar limpo. Essa campanha tem o intuito de abordar, de forma tangível e visível, os impactos da poluição do ar a partir de um objeto de fácil reconhecimento e fomentar o debate e engajar mais pessoas a se mobilizarem por soluções”, atenta JP Amaral.

Na campanha #FreeToPlayOutside, participam 15 países com cerca de 80 participantes. O movimento opera como uma rede de grupos de pais nacionais e locais de base, descentralizados e liderados por voluntários, sendo essa a primeira vez que agem globalmente em torno de um único call to action.

Gostou desta matéria? Quer conhecer mais iniciativas que combatem a poluição do ar? Então siga o canal ecowords nas redes sociais!