A triste realidade é que ainda convivem com as violências física, psicológica, sexual e patrimonial, o desrespeito e as diferenças de gênero nos ambientes domésticos e profissionais. As causas desses problemas enfrentados no universo feminino em pleno Século 21 são estruturais, históricas, político-institucionais e culturais. O caminho para ultrapassar esses obstáculos é árduo, mas elas nunca deixam de acreditar que vão conseguir.
No mundo todo, várias iniciativas visam dar apoio, incluir e valorizar o papel da Mulher na sociedade. Na área empresarial temos exemplos de muitas organizações que estão aderindo aos Princípios de Empoderamento das Mulheres, conhecido como WEPs (Women’s Empowerment Principles), criados, em 2016, pela ONU Mulheres e o Pacto Global das Nações Unidas. Esses princípios destacam que empoderar mulheres e promover a equidade de gênero em todas as atividades sociais e da economia são garantias para o efetivo fortalecimento das economias, o impulsionamento dos negócios, a melhoria da qualidade de vida de mulheres, homens e crianças, e para o desenvolvimento sustentável.
Sete princípios para as Mulheres do Século 21
Conteúdo
Os Princípios são um conjunto de considerações que ajudam a comunidade empresarial a incorporar em seus negócios valores e práticas que visem à equidade de gênero e ao empoderamento de mulheres.
Conheça os sete princípios:
- Estabelecer liderança corporativa sensível à igualdade de gênero, no mais alto nível.
- Tratar todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho, respeitando e apoiando os direitos humanos e a não-discriminação.
- Garantir a saúde, segurança e bem-estar de todas as mulheres e homens que trabalham na empresa.
- Promover educação, capacitação e desenvolvimento profissional para as mulheres.
- Apoiar empreendedorismo de mulheres e promover políticas de empoderamento das mulheres através das cadeias de suprimentos e marketing.
- Promover a igualdade de gênero através de iniciativas voltadas à comunidade e ao ativismo social.
- Medir, documentar e publicar os progressos da empresa na promoção da igualdade de gênero.
Esses princípios também contribuem com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, com destaque para o ODS 5 – Igualdade de Gênero, que visa alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
Pandemia e mais oportunidades para a liderança feminina
Chegamos aos dias de hoje com o registro de que as Mulheres estão na linha de frente da crise provocada pela pandemia da Covid-19 como profissionais de saúde, cuidadoras, inovadoras, organizadoras comunitárias e algumas das líderes nacionais mais exemplares e eficazes no combate à pandemia. A crise destacou tanto a centralidade de suas contribuições quanto os fardos desproporcionais que as mulheres carregam.
Diante disso, a ONU Mulheres anuncia que o tema do Dia Internacional da Mulher, 8 de março de 2021, é “Mulheres na liderança: Alcançando um futuro igual em um mundo de COVID-19”. O tema celebra os enormes esforços de mulheres e meninas em todo o mundo na construção de um futuro mais igualitário e na recuperação da pandemia de COVID-19.
A proposta da ONU Mulheres também está alinhada com o tema prioritário da 65ª sessão da Comissão sobre o Status da Mulher, “Participação plena e efetiva da mulher e tomada de decisões na vida pública, bem como eliminação da violência, para alcançar a igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas”.
Além disso, o assunto deste ano está ligado à Campanha Geração Igualdade, que visa engajar parcerias institucionais e da sociedade civil para realizar o direito das mulheres de protagonizar a tomada de decisões em todas as áreas da vida, remuneração igual, divisão igual de trabalho doméstico e de cuidados não remunerado, o fim de todas as formas de violência contra mulheres e meninas e serviços de saúde que atendam às suas necessidades.
Qual o papel da mulher na economia?
Atualmente, as mulheres são protagonistas em diversas áreas, como a de Sustentabilidade, na qual podemos destacar mulheres como Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS); Élbia Gannoum, presidente-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica); Gabriela Otero, coordenadora técnica da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE); Patrícia Iglecias, presidente da Agência Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), entre outras, O fato é que ainda há muito espaço para elas avançarem. Tanto que em 2021, diante do cenário de crise causado pela pandemia da Covid-19, nos deparamos com mais essa pergunta: “qual o papel da mulher para a mudança da sociedade e da economia do País?”. Myrian Lund, economista e professora de Finanças do ISAE Escola de Negócios, ressalta que as mulheres nos últimos anos têm galgado cargos executivos e de liderança em algumas empresas, ainda que modestamente. Mas pesquisas realizadas pela McKinsey, em 2014, 2017 e 2019, têm revelado o quanto a diversidade de gênero nas empresas pode contribuir para uma maior lucratividade. Diversidade de pensamentos e visão de mundo são os aspectos mais citados para a contribuição feminina.
“Inovação e resiliência, por sua vez, foram as qualidades destacadas nas empresas que adotam diversidade de gênero e inclusão social. Quando a abordagem é comportamental, destacam-se: desenvolvimento de talentos, estímulo ao desempenho intelectual, inspiração para ações e tomada de decisões participativas”, informa a executiva.
O crescimento da performance organizacional é significativamente maior com a liderança de mulheres. Os relatórios apontam que na crise financeira de 2008/2009, os bancos com maior número de mulheres em cargos executivos apresentaram maior estabilidade que seus pares. A pesquisa da McKinsey, de acordo com Myrian, sugere que bancos liderados por mulheres podem ser menos vulneráveis a crises.
Liderança feminina
Em sintonia com o tema do Dia Internacional da Mulher deste ano, promovido pela ONU Mulheres, Myrian salienta que no atual momento da Covid-19, pode-se verificar que as cidades e os países liderados por mulheres estão enfrentando a pandemia com mais sucesso. “Algumas pesquisas concluem que a liderança feminina traz uma confiança que se transforma em vantagem nas situações de crise”, comenta.
Podemos destacar 5 motivos sobre a importância do papel da mulher para a mudança da sociedade e da economia do país:
- Visão de longo prazo – as mulheres se asseguram de informações visando minimizar o risco de longo prazo.
- Racionalidade nas tomadas de decisão – as mulheres ouvem, discutem, se baseiam em fundamentos; suas negociações são mais assertivas e decisivas.
- Estabilidade – as mulheres são mais consistentes, gerando decisões mais efetivas e de longo prazo.
- Conhecimento – as mulheres costumam pesquisar, estudar e consultar especialistas antes de tomar decisão.
- Empoderamento – as mulheres, quando se emponderam, se destacam naturalmente.
“Não é à toa que os conselhos de administração estão buscando mulheres para sua composição, cientes de como elas conseguem fazer um contraponto, em busca do crescimento econômico sustentável”, finaliza Myrian Lund.
Esses exemplos e tantos outros disponíveis mostram que as Mulheres têm condições de ampliar seu espaço na sociedade, repensar sobre padrões e comportamentos enraizados, usufruir de uma jornada mais harmônica em suas vidas e construir um legado que proporcione um futuro mais justo e igualitário em níveis sociais, econômicos e ambientais para todos.
Neste vídeo podemos ver mais histórias de mulheres que se destacam na área de sustentabilidade e meio ambiente:
https://www.youtube.com/watch?v=mZeeNyEltVc
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